terça-feira, 14 de junho de 2011

O Cometa (Conto Poético Psicológico - Final)

 
um buraco negro
Havia algo à sua frente que ele com muito custo conseguiu distinguir do que se tratava, pois depois de tanto tempo ali sua visão estava turva. Era uma pequena luz, mas ele não sabia se a via de fato ou era alguma ilusão, uma miragem.
E conforme ele mais descia, menos entendia o que estava acontecendo. Logo não via nem ouvia mais nada. Nem mesmo sabia se estava de olhos abertos ou fechados. Achava que às vezes via algo ou ouvia vozes, mas não entendia e nem sabia se dirigiam-se a ele. Com o tempo desistiu de entender alguma coisa.

Apenas percebia que o tempo passava e que ele descia velozmente no Buraco Negro. Na verdade, no decorrer do tempo, ao perceber que há muito que estava sendo sugado, ele passou a somente querer que chegasse tudo a um fim qualquer.
“O que será isso?” - pensou, apertando os olhos.
“Eu conheço essa luz...? Já a vi em algum lugar?” – perguntou-se depois de um tempo.
Era uma luz muito pequena, mas o calor, a chama, a energia, tudo lhe era familiar.

Aos poucos a idéia de um Astro, uma Estrela e uma jornada em forma de pepino foi voltando à sua memória.
“Acho que é a saudade, a solidão deste lugar. Me faz ter fantasias.”
É, de fato, nunca se ouviu a notícia, em todos esses anos-luz no Universo Sideral, de que algo ou alguém tenha escapado ou se libertado de um buraco negro assim.
“Aqui não há saída. Essa luz deve ser um sonho.”

Então, não soube de onde – mas com certeza não do nada! – ele achou que veio uma daquelas vozes que às vezes ele ouvia, e agora ele a entendia...?!?
Era assim a voz:
“Mesmo quando parece que não há mais nada que se possa fazer ainda podemos sonhar. Tudo sempre começa ou se abre com um sonho.”

A voz não se repetiu mais, porém ele gravou cada palavra em sua mente. E é possível que isso tenha sido até fácil porque a frase também vinha carregada de um sabor de nosso quarto de menino.
“Há um planeta azul” - lembrou - “muito vivo e belo, que é meu amigo e está em algum lugar lá fora” – e uma lágrima ardente de cometa escorreu em sua face.
“Nunca se ouviu que alguém tenha saído daqui. Deve ser verdade.”
Mas a frase do planeta ecoava - no seu ouvido? na sua mente? nas profundezas daquele Grand Canyon do espaço?
Apenas ecoava.

E por isso Fosco pensou:
“Isso não quer dizer que seja impossível.”
Ele olhou a pequena luz – na verdade não tirava os olhos dela.
“Talvez essa luz seja uma fantasia” – e ele lembrou do Astro à cuja energia ele pertencia e era seu rumo. Lembrou também da beleza do balé do Universo ao qual fazia parte.

“Se essa pequena luz que vejo é uma fantasia talvez seja porque sem um pouco de fantasia fique difícil respirar.”
“E não seria, talvez, aqui o melhor lugar para se enxergá-la? O que é um buraco negro, afinal?”



Supernova
“É assim então o dia no cosmos: uma estrela especial morre explodindo e ao ir morrendo brilha intensamente como jamais brilhou. Seu brilho na explosão – chamada Supernova - é visto em distâncias inimagináveis. Ela se divide e parte Universo afora para se transformar em novas estrelas.

Todo dia somos levados como ovelhas ao matadouro.

Ela morreu e em seu lugar ficou um buraco negro, mas, como uma semente que apodrece para germinar uma plantinha, estrelas nasceram dela.
Aquela luz não lhe parecia pequena porque ele estivesse também brotando?
Ali seria uma passagem para a visão dessa Luz em sua face mais doce?”
E algo lhe dizia – uma outra voz que ele entendeu??? – que só saberia se era uma fantasia se tentasse uma saída.
Mas como?

Aqui seria muito fácil dar um final feliz a esta história, mas infelizmente a história de Fosco ainda não tem um fim. Assim como a de muitos cometas.
Mas como? Como tentar uma saída?
Fosco pensou. Talvez a primeira coisa a fazer fosse seguir o conselho de seu planeta amigo e manter seu sonho. Depois ficar com o ouvido atento, se alguma outra voz se dirigia a ele, uma voz que ele a compreendesse, que falasse com ele.
E, ainda, não tirar os olhos jamais da pequena luz que agora ( ! ) até já lhe parecia um pouco maior...




 
Conto da escritora amazônida Alaíde Xingu


domingo, 29 de maio de 2011

O Cometa (Conto Poético Psicológico - Continuação)




Se os corpos celestes não se movimentassem muito no céu, ou apenas alguns viajassem, talvez a história fosse outra.
Mas as luas giram ao redor dos planetas; e os planetas giram ao redor das estrelas; e as estrelas também se movem nas galáxias; as galáxias, constelações, nebulosas, também dançam no colosso magnífico do Universo Sideral. Todo astro, pequeno ou gigante, se move. E toda essa movimentação é harmoniosa e esplêndida que não há como não se ouvir uma maravilhosa sinfonia conduzindo os contra-passos desse balé perfeito. (Apenas os meteoros fogem dessa harmonia perfeita.)

Fosco fez outras amizades e encontrou alguns que ele achou que não valia a pena ter como amigos. E houve outros que ele achava que deveria fugir deles. Mas sobre isso até que agora ele ia indo bem.
Porém, ele andou ouvindo, atento nas conversas, mas sem fazer muitas perguntas, algo que o aterrorizava. E toda vez que isso acontecia Fosco seguia adiante sentindo como nunca o quanto um cometa anda só em seu percurso. Às vezes, isso acontecia quando ele estava numa volta em seu pepino oposta, muito, muito distante de sua Luz.
- Ora, sou ágil. Não sou alvo fácil. Posso queimar, posso fugir.
E, pensando estas coisas, seguia imaginando-se em mil situações, em combates, e - veja - se saindo herói.
Mas ele bem sabia, tinha ouvido muitas vezes (não dava pra fazer de conta que seria fácil) que grandes estrelas - estrelas !!! - haviam sido sugadas como pó estelar naquele obscuro, sinistro, absolutamente desconhecido, grande bueiro.

"Nada escapa" - era o que todos afirmavam.
"Ninguém consegue fugir!"
"Ninguém consegue sair!"
"Tudo some e nada volta ..."

Na sua jornada, ele passou muitas vezes pelo Astro. E sempre que o via ficava extasiado, pois se aproximava mais. Houve uma vez em que se aproximou tanto que esteve certo que ia mergulhar e nadar docemente naquela chama, naquela energia à qual ele mesmo pertencia e da qual havia sido feito.
Mas, quando parecia que isso ia acontecer, não aconteceu e lhe pareceu que precisava dar mais uma volta no pepino.
"Desta vez acho que será a última."
"Talvez eu volte a encontrar alguns amigos, quem sabe, o planeta azul!?" - e seguiu pensando em coisas boas que aconteceriam logo à frente, coisas que o animassem.
"Tudo afinal depende do balé do Universo."
E seguiu veloz, veloz o quanto pode um cometa meio distraído, mas que tem um alvo.

Encontrou, sim, velhos amigos. Conheceu novos. Viu coisas belas. Enfrentou pequenos perigos e, satisfeito - orgulhoso mesmo, por que não? - saiu-se muito bem.
Ria, muitas vezes, pois há muita coisa engraçada no céu: constelações, por exemplo. Também levava sustos uma vez ou outra, mas isso acontecia principalmente porque se desorientava fácil. Mas, enfim, já havia aprendido que era preciso ter senso de humor.
Muito vagarosamente, porém, ele começou a perceber que havia algo errado, como uma má notícia que as pessoas não ousam ou não querem contar.
E isso ele começou a perceber sem entender. Ele notava pelas expressões daqueles a quem encontrava na sua rota.

Aos poucos, conforme seguia em frente, essas expressões se tornaram mais freqüentes e houve mesmo quem baixasse os olhos ao vê-lo.
Logo ele passou a ouvir um rumor que entendeu que tinha a ver com ele em algum sentido.
Mas Fosco tinha uma trajetória e seguiu bem reto em seu rumo. Firmou seus olhos adiante e foi quando ele viu, ainda muito longe, mas - não havia nenhuma chance de ser diferente - bem na direção de seu percurso, estava aquilo que aterrorizava não somente a ele, mas a todos - gigantes ou insignificantes corpos do Universo: o sinistro e em seu interior absolutamente desconhecido Buraco Negro.

A luta de Fosco começou desde o momento em que viu o Buraco Negro. Se formos honestos, devemos dizer que sua luta já havia começado muito antes, quando ouviu as primeiras notícias de sua existência e poder e precisava ser sereno e não ceder ao medo.
Mas, agora que o via à sua frente e lhe era inevitável, sabia que estava a um passo do desespero. Então se concentrou em não se desesperar e - pequeno como era - lutou como um gigante tentando fugir do poder que o sugava para o desconhecido, o formidável despenhadeiro.
O Buraco Negro, porém, não faz distinção de tamanho, força ou cor. Ele pode e, se quiser, suga qualquer um; e ninguém pode negar isso ...

Fosco aos poucos foi sumindo.


(Continua no próximo post)




Conto da escritora amazônida Alaíde Xingu

terça-feira, 17 de maio de 2011

O Cometa (Conto Poético Psicológico)


Esta é uma história que sou forçada a contar, pois o personagem principal, que eu conheço pessoalmente, há um longo tempo insiste que eu a conte.
- Há alguém que a quer ler - diz ele.
Eu tenho as minhas dúvidas, pois esta é uma história sobre astros, galáxias, espaço sideral, embora não seja uma história de ficção científica. E nem mesmo de ficção, porque o espaço, o céu e nós somos um bocado parecidos.
Há muito em comum entre o céu e nós, bem mais do que podemos ver (quem disse isso foi alguém muito mais sábio e famoso que eu, mas quem foi essa pessoa e quais palavras ele usou, não demorará, vocês logo descobrirão).

Tudo aconteceu numa galáxia conhecida. Não vou dizer qual, pois seu nome não é assim tão importante, mas digo que talvez seja a mesma sua. Realmente, não é impossível que seja a sua.
Contudo, não pense que é fácil entender de que galáxia estou falando. Muitos se enganarão achando que é, provavelmente, a mais óbvia. Mas não é. Esta galáxia a que me refiro não é tão fácil de ser identificada. Mas, quando a conhecemos, se chegamos a percebê-la, não a esquecemos, não a queremos deixar jamais. E até somos capazes de heroísmos - de certa forma, loucuras - por ela. Logo você pode ver como ela é especial.

Vivia um cometa nessa nossa galáxia. Não um grande e importante cometa, como o Halley. Decididamente, não. Era um pequeno cometa. Eu gostaria muito de poder dizer que ele era esperto, lógico, prático.
Qualquer cometa entende bem o que digo.
Mas, embora ele chegasse de vez em quando a se achar assim, de fato ele não o era. Era até desajeitado. E, muitas vezes, desorientado na sua trajetória. E isto é meio vergonhoso para um cometa, já que todo cometa tem sua trajetória bem definida. É preciso dizer, porém, em defesa dele, que o espaço é muito aberto, a rota de um cometa é longa, e - fique muito bem entendido, para que ninguém se apresse a desdenhá-lo - que cada cometa é que sabe os próprios perigos que enfrenta no espaço!

No entanto, o importante a contar não é tanto a galáxia, nem mesmo o cometa. O que é importante nesta história é a sua trajetória. Ele girava, como todo cometa, em torno de um grande astro luminoso, fulgurante e poderoso fazendo uma volta parecida não com uma grande laranja, nem com um ovo gigantesco, mas parecido com um muito, muito, muito enorme mesmo, pepino.
E aquele cometa adorava o seu Astro, sua Luz, sua Estrela, seu Sol, sua Energia - chame-o como quiser, fique à vontade.
Pensar no Astro, em seu tamanho imenso, em sua energia, fazia seu coração de cometa feliz rir e, realmente, - embora nem todos entendam - até gargalhar em sua viagem.

Às vezes, porém, também o fazia se acabrunhar. Cada vez que ele estava no ponto mais distante do Sol em seu itinerário no imenso pepino, havia uma saudade, uma saudade dolorida. Achava que não ia conseguir se aproximar de novo.
A trajetória é o que mais importa porque ela era toda a vida daquele cometa: vindo perto do Astro, que ficava numa das pontas do pepino e indo longe, muito distante na outra ponta do pepino que eu - que nada sei de Astronomia - não posso medir no Universo. Então, sua trajetória, além de ser toda a sua vida, era também sua alegria e sua dor. Seu frio, seu calor.

Quando sabia que era hora de se afastar e ser exposto aos males do espaço, ele estremecia. Mas era assim que era. Sabia que aquela era a rota para passar bem perto novamente de sua Estrela, e isto ele queria mais que tudo. Um dia, ele passaria tão perto que seria atraído cabalmente e sua chama se uniria à chama da Luz. Esse era seu rumo.
E, enquanto isso, havia muitas coisas legais para se ver e amigos novos para fazer.

Certa vez, ele passou perto de um planeta e ficou deslumbrado.
- Que lugar bonito!
O planeta era, de fato, habitado, rico de vida e beleza. E logo o cometa pensou em si, solitário, sem uma única plantinha para regar!
Mas isso ele resolveu fácil. Bastava não pensar. Afinal, o planeta não tinha uma cauda como a sua, não iluminava a escuridão, não passava tão perto do Astro ...
Um perigo de quando começamos a fazer comparações e enumerar aquilo que somos é o risco de fantasiarmos e incluirmos o que não somos em nossa lista. E Fosco - este era o seu nome - às vezes gostava de fantasiar sobre si mesmo.

Mas ele achou aquele planeta vivo tão simpático e agradável que sua mente ficou absolutamente desocupada, tão absorto se encontrava em admirar tanta beleza.
- Olá! - disse o planeta saudando-o com um sorriso amigável.
- Oh!, desculpe minha distração. Olá!
- Quem é você? Posso perguntar?
O planeta era bem educado.

"Sou um cometa em órbita
rumo ao dia em que mergulhará
na energia do Sol,
que é energia como eu.

Uma volta e ele lá longe ...
De repente, aqui muito perto!
Sou um cometinha em órbita,
rumo ao Sol, isso é certo!"

Este era um poeminha que Fosco criara e gostava de repetir para si mesmo ao atravessar o horizonte sideral, e, ali, para aquele planeta tão amigo, Fosco pensou em recitá-lo como resposta à pergunta. Mas na hora apareceu uma bola na garganta e saiu apenas isto:
- Sou Fosco, um cometa.
- Ah, Fosco, que bom conhecer você! Muitos cometas passam por aqui, alguns muito perto, outros bem distante. Ainda não havia visto você ...
- É por causa do balé do Universo ...
- É verdade, o balé ...
- Você é bem bonito! Eu venho admirando sua cor azul ainda de bem longe ... Você deve ter uma saúde ótima!
Contudo, mal Fosco disse isso, o planeta sem querer - ele era bem educado, como já foi dito - não se conteve e tossiu:
- Cof!
- Ah, deve ser só um resfriado - disse Fosco.
- Cof! Cof! Cof!
E o planeta repentinamente teve um ataque de tosse que lhe deixou de um azul quase roxo e Fosco ficou completamente sem graça, achando que devia dizer algo gentil.
- Vai passar ... Deve ser o ar ... - tentou o cometa.
- E é! É o ar! É sempre o ar, Fosco, a atmosfera, nós e nosso ambiente.
- Você sabe o que fazer nesse caso?
- Há muito que se possa fazer, e mesmo quando parece que não há mais nada que se possa fazer ainda podemos sonhar. Tudo sempre começa ou se abre com um sonho.
- Não sei se voltarei a encontrar você. Você sabe, por causa do balé do Universo, mas você conquistou toda a minha simpatia e afeição. E isso vai permanecer.
E os dois amigos se separaram.
Porque no Universo às vezes amigos precisam se separar.


(Continua no próximo post)


O Cometa, conto de Alaíde Xingu

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Comentário que merece um post

É fascinante como só na escuridão é que enxergamos as estrelas do céu. Apesar de toda iluminação que temos é só nas trevas que as percebemos. Interessante como sempre estamos perto do lugar que queremos estar, mas muitas vezes não o percebemo na murada. Agradeço que existam pessoas que descortinam e nos apontam o simples e aprazível lugar que quero estar e como esses fragmentos são partes de mim de nós. Um grande conto numa pequena porção de palavras.


Por qi150 em O LUGAR QUE NOS QUER (CONTO PSICOLÓGICO) em 01/04/11

sexta-feira, 18 de março de 2011

A Hipotética Força da Amazônia (2o. post a propósito da imagem que o Sul e Sudeste têm de que nossos rios são fortes para sustentar seu alto consumo de energia elétrica)

A mídia anunciou com exuberância de imagens as comportas abertas da hidroelétrica de Tucuruí. Devido à abundância de chuvas neste inverno aqui no Norte do Brasil, houve grande enchente do rio Tocantins. Mas, que é essa notícia perto do tsunami de imagens impressionantes do tsunami ocorrido no Japão que ocasionou o acidente na usina nuclear japonesa de Fukushima?
Fica no ar a pergunta imediata: não há exagero no alarme quanto à seca dos rios da Amazônia, seca essa tão explorada pelos oponentes da construção da Usina Hidroelétrica de Belo Monte? Não é óbvio que o Sudeste se expõe demais construindo usinas nucleares quando o Brasil possui grandes rios como os da Amazônia onde pode construir usinas hidrelétricas que ponham menos risco à população?
Mas eu, que nasci na Amazônia e tenho os olhos úmidos em enchentes e vazantes desde a infância me pergunto o significado não desta grande enchente do rio Tocantins e de nossos rios, mas o que vai pelos olhos molhados de abismo de nossos caboclos ao verem as assombrosas enchentes e vazantes atuais.
Faço este comentário porque estive há dois anos no rio Tocantins e ouvi de ribeirinhos sobre as mudanças ocorridas no rio nas últimas décadas. São enchentes repentinas que são drenadas mais repentinamente ainda; são areiais que se multiplicam pelo leito do rio dividindo-o em dois estreitos canais nas secas assustadoras; são os peixes que se vão escasseando e deixando sem sobrevivência quem deles se alimenta ou extrai o sustento de sua família.
Gostaria de dizer que isto não faz parte de um canto de guerra, assim como gostaria de dizer que a Amazônia não é uma colônia subjugada à exploração. Mas assim como fazer esta afirmação seria esconder nossa realidade, nossos irmãos indígenas do rio Xingu não permitem mais que se fale também daquela forma: - É guerra, sim, dizem eles, por sobrevivência.

E aqui cabe falar sobre usina nuclear que também gera o sentimento de sobrevivência, imagino, nos habitantes do Rio de Janeiro, principalmente. Quando falamos em energia e temos uma população numerosa como a do Brasil pensamos imediatamente que a demanda por energia elétrica cresce assustadoramente e é preciso satisfazer essa demanda construindo mais usinas. Mas uma alternativa simples seria a mudança de hábitos, simples tal como lavar as mãos; adotar-se novos procedimentos em nível doméstico e industrial que gere economia e queda de consumo de energia elétrica. Essa tem sido uma das chaves dos países que têm adotado uma postura mais séria a fim de conseguir algum desempenho nas questões ambientais.
A mudança de hábitos - tal como adotar atividades de lazer como a leitura e o exercício físico que não gerem gasto de energia elétrica - é uma alternativa simples em termos de gastos financeiros, mas não fácil. A vida simples pode causar desconforto para quem gosta de glamour, por exemplo.
O fato é que estamos chegando num tal ponto da vida no nosso planeta que não podemos recuar. E o movimento das placas tectônicas continuam e vão continuar causando os tsunamis que estão espreguiçando o globo terrestre. O que significa isso? Pergunto, eu também, cabocla de olhos marejados. Significa exatamente o que todos estamos vendo acontecer no Japão e que pode acontecer em qualquer parte do planeta.
Então, as mudanças das placas tectônicas são inevitáveis e elas estão dirigindo nosso futuro na Terra? Elas são inevitáveis, mas somos nós que estamos pisando firme no acelerador. Aceleramos já. E não podemos recuar. Mas podemos desacelerar. Só uma coisa é coisa é certa: se não mudarmos nossos hábitos por amor, a nós e a nossos filhos, seremos obigados a mudá-los pela dor. Mas que iremos enfrentar o futuro, isso, infelizmente iremos.

quarta-feira, 16 de março de 2011

comentário feito ao post A Hipotética Força da Amazônia - texto da obra Samaúma

Minha querida, a fragilidade da floresta é na realidade sua força. Somos parte desta floresta e depredando-a, estamos nos automutilando. Logo descobriremos a nossa esquizofrenia ambiental. Vivemos em simbiose com o planeta. Mas sua história/estória ainda não acabou...estou esperando o teu desfecho!